Descer pela rua não foi difícil.

Escalar os degraus,

ultrapassar a esquina,

difícil foi não olhar os olhos de Bia.


Pele branquinha, branquinha,

sorriso desses de menina de escola.

Olha ela aí, 

dizia meu olho dominado,

tão bela quanto o peixe no rio,

tão afoita quanto meus desejos de beijá-la.


Olha ela aí,

meu coração quebrava, tão frágil,

que saltava nervoso como um grito de pânico.

Olha ela aí,

minhas pernas freavam,

paralisado feito um ponto final.


Descer pela rua me fez atravessar espíritos,

tão difíceis de serem contemplados, tão perdidos.


Olha ela aí,

o que pensa de mim,

se sou desengonçado para seus olhos,

se sou uma parede branca,

se sou a semente que espera nascer.


Olha para mim,

me descobre com teu sorriso,

põe teus cabelos no meu rosto,

traga-me teu hálito,

descanse nos meus braços.


O que leva Bia no seu sorriso?

As cores fogem dos meus olhos

Não sei se corro , choro 

Ou apago as luzes

 A CERVEJA



Filha: Pai, o sr e o André,  estavam com uma garota de programa?


André: Não!


Pai: Não filha, que história?


Filha: Estavam?


Pai: Não filha...


André: Não!


Pai: Eu explico


Filha: Explica o quê?


Pai: Eu e o André estávamos no bar...


André: Isso


Pai: Aí apareceu umas meninas, eu pensava que eram amigas da faculdade do André...


Andre: Não, não  era.


Pai: Pois é Não  era!


Andre: Não era.


Pai: Aí conversa vai, Conversa vem...


Andre: Conversa, entendeu? Conversa de bar


Pai: Isso! Conversa de bar. Quando me dei conta,  estávamos no quarto de cima...


Andre: Eu precisei ir com ele


Filha:  Pai, o senhor levou meu noivo a  um quarto de uma garota de programa?


Pai: Não  filha, não.  Foi a cerveja

 Carminha entra pela casa adentro,

Um sorriso aberto,

Que faz a brisa entrar consigo.

Briosa

Fala alto,

Ri feito uma montanha.

Carminha,

É cria de Deus,

Igual a andorinha.