Descer pela rua não foi difícil.
Escalar os degraus,
ultrapassar a esquina,
difícil foi não olhar os olhos de Bia.
Pele branquinha, branquinha,
sorriso desses de menina de escola.
Olha ela aí,
dizia meu olho dominado,
tão bela quanto o peixe no rio,
tão afoita quanto meus desejos de beijá-la.
Olha ela aí,
meu coração quebrava, tão frágil,
que saltava nervoso como um grito de pânico.
Olha ela aí,
minhas pernas freavam,
paralisado feito um ponto final.
Descer pela rua me fez atravessar espíritos,
tão difíceis de serem contemplados, tão perdidos.
Olha ela aí,
o que pensa de mim,
se sou desengonçado para seus olhos,
se sou uma parede branca,
se sou a semente que espera nascer.
Olha para mim,
me descobre com teu sorriso,
põe teus cabelos no meu rosto,
traga-me teu hálito,
descanse nos meus braços.
O que leva Bia no seu sorriso?